Boletim aponta queda na diferença salarial entre homens e mulheres no RS

A diferença salarial entre homens e mulheres no Rio Grande do Sul reduziu nos últimos anos, mas o percentual ainda é alto. É o que aponta o Boletim do Trabalho, produzido pelo Departamento de Economia e Estatística e divulgado nesta quarta-feira (30) pela Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
O estudo, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, destaca ainda que essa disparidade é maior entre trabalhadores com nível superior.
No 2º trimestre de 2019, homens com ensino superior completo recebiam 34,6% mais do que as mulheres com o mesmo grau de instrução. O percentual caiu na comparação com o mesmo período de 2012, mas ainda é mais alto do que a mínima histórica, registrada em 2015, (30,5%).
A menor desigualdade de rendimento entre os gêneros registrada no 2º semestre de 2019 está entre os empregados com ensino médio incompleto. Nesse caso, homens ganhavam 17% mais do que as mulheres no estado.
"A redução na diferença dos rendimentos entre homens e mulheres é uma constatação positiva, mas os dados apontam um percentual ainda alto de desigualdade, que devem ser analisados com atenção para a elaboração de ações para atacar este problema", avalia a coordenadora da Divisão de Pesquisa Econômica Aplicada do DEE, Daiane Menezes.
Escolaridade
A análise dos dados também constata que a população feminina no estado tem uma força de trabalho mais escolarizada do que a masculina.
As mulheres com ensino superior completo tiveram avanço de 17,4% para 23,2% no total da força de trabalho feminina, desde o início da série histórica, em 2012. A expansão entre os homens passou de 8,9% para 14,4%.
"As mulheres mais escolarizadas têm maior grau de engajamento no mercado de trabalho, ou seja, estão mais presentes no mercado [em relação às mulheres menos escolarizadas]", explica o pesquisador do DEE Raul Luís Assumpção Bastos.
No caso dos homens, os que estão mais presentes são os que possuem ensino médio completo. "São os que tem mais participação, mas a diferença para o superior completo não é tão acentuada", observa o pesquisador.
Independentemente de sexo, conforme o boletim, a força de trabalho no estado, de modo geral, está mais escolarizada.
Fonte: G1 RS